De: Claudia Grabher, membro do comitê PCJ:
Observações sobre o EIA RIMA referente ao empreendimento “Residencial Quinta das Águas, localizado em Valinhos, sob a responsabilidade da 01 FS Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda.
Considerando que o empreendimento está entre duas barragens de captação de água para abastecimento público, conforme mapa anexo: a montante da Barragem Figueiras que abastece 20% da água consumida no município e da Barragem Santana dos Cuiabanos com reserva estimada em 130 milhões de litros de água, segundo informações sobre o abastecimento de Valinhos retiradas do site do DAEV ( http://www.daev.org.br/abastecimentodeondeaaguavem ) e, sendo também área de contribuição de água do rio Atibaia à montante da captação de Campinas;
Considerando a necessidade de aumentar e preservar a capacidade de produção de água da UGRHI 5, à montante da captação de Campinas, não ficando apenas na dependência do sistema Cantareira;
Considerando a dificuldade do abastecimento público através do rio Atibaia para os municípios que dele dependem;
Considerando que ainda não podemos contar com as represas de Amparo e Pedreira para garantir um volume novo de água pretendido para as Bacias PCJ;
Considerando que historicamente a fonte Sonia é uma fonte de água mineral;
Considerando que o local do empreendimento se trata de uma bacia de abastecimento público e a água que nasce ali abastece três lagoas construídas ao lado do Hotel Fazenda Fonte Sônia com capacidade de armazenar 100 milhões de litros de água;
Considerando que loteamentos contribui para a impermeabilização do solo da bacia, o que impede a infiltração de água de uma área que é de manancial de água para Valinhos e sub-recarcga do Atibaia e a água escorrendo na superfície do solo contribui para enchentes em uma região de ocorrência das mesmas;
Considerando que conforme o conforme site do DAEV http://www.daev.org.br/abastecimentodeondeaaguavem a barragem das Figueiras é responsável por 20% da captação de Valinhos (no EIA RIMA esta 10%);
Considerando que “As lagoas, da Barragem Figueiras, possuem diversas espécies de peixes colocados pelo DAEV, por meio de convênio com o Consórcio Intermunicipal das
Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), e mantidos pelo Programa de
Atendimento ao Idoso, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação da Prefeitura de Valinhos, como parte do Projeto Peixe & CIA, criado em 1983” fonte http://www.daev.org.br/abastecimentodeondeaaguavem .
Considerando que a prefeitura de Valinhos esta convocando a população para participar das oito reuniões definidas para discutir o planejamento da cidade com o título “A Prefeitura convida a população para elaborar o novo Plano Diretor Municipal 2016” e, 99% dos participantes fizeram constar em ata a rejeição ao avanço da zona urbana sobre a Serra dos Cocais. Fonte: http://pedefigo.com/presentes-na-reuniao-do-plano-diretor-dizem-nao-ao-loteamento-da-fonte-sonia/ sendo que os Presentes na reunião do Plano Diretor dizem não ao loteamento da Fonte Sônia e abordaram sobre a necessidade de se manter a região da Fonte Sônia e Serra dos Cocais como zona rural, medida fundamental para preservação da qualidade de vida, com desenvolvimento sustentável e fonte de captação de água.
Barragem FigueirasFonte: http://www.daev.org.br/abastecimentodeondeaaguavem
Seguem observações e duvidas
- Como o loteamento esta atendendo ao Plano Diretor de Valinhos, assim como o
Plano Diretor de Saneamento e ao Plano de Macrodrenagem de Valinhos?;
- Como o empreendimento pode afetar a represa da Barragem Santana dos Cuiabanos.
O loteamento fica no topo do morro, onde de um lado se localiza a barragem das
Figueiras, de outro Santana dos Cuiabanos. Ainda segundo o site do DAEV: “A
Barragem Santana dos Cuiabanos também conta com a colaboração do proprietário do Hotel Fazenda Fonte Sônia, para que dois córregos desviados aumentem a capacidade de vazão da lagoa”?;
- Como o empreendimento irá afetar o bairro Alpinas e a bacia do córrego Frutal através de levantamento dos poços, profundos e rasos, das propriedades inseridas na AID do empreendimento e que não são contempladas pelo sistema público de abastecimento do município, considerando a análise da quantidade e qualidade da água existente?;
- O Anexo 5 da resposta do empreendimento aos Comitês PCJ – “Projeto de Preservação de Áreas de Preservação Permanente” apenas dá a teoria de recuperação de APPs conforme trabalhos de Calheiros, Tabai e Attanasio. Não define como será a recuperação e preservação de nascentes do empreendimento com número de espécies, localização, adensamento entre outros, conforme item 1 do parecer dos Comitês PCJ – “Apresentar projetos de preservação das APPs, de manejo do solo e de compensação ambiental na bacia de contribuição a montante da captação da Barragem das Figueiras, de Valinhos, considerando que o empreendimento está inserido nesta área, que é de importância para infiltração de água, que é captada para abastecimento público de, aproximadamente, 10% da cidade e está a montante da área de ocorrência de enchentes no município”;
- Há necessidade de se realizar inventário para avaliação das espécies de animais que existem na região para ser feito o projeto de preservação da fauna;
- “Proposta de cerca mento” do empreendedor - A estrutura dessa cerca assemelha-se aos cerca mentos comuns com arame farpado o que pode machucar os animais.
- Necessidade de Plano para proteção de mananciais que abranja, entre outros temas, medidas de proteção e contingência em casos de derramamento de produtos perigosos, considerando que parte da captação Barragem das Figueiras, de Valinhos, está logo a jusante do empreendimento esta vago;
- Falta monitoramento dos peixes.
- Necessidade de se fazer a terraplenagem em período de seca compreendendo abril a outubro e com sistema de caixas e barragens de contenção de terra (controle efetivo do carreamento de sedimentos) para evitar o assoreamento das represas a jusante do empreendimento;
- Necessidade de criar estruturas de melhoria da capacidade de infiltração e percolação de água através de caixas de drenagem lenta e pisos porosos, devido ao abordado no EIA RIMA - “...alterações no regime hidrológico e condições de drenagem, redução do volume de recarga do aquífero subterrâneo...”, e que mesmo com “...a correta execução das medidas mitigadoras propostas, considera-se o 6 impacto aumento da superfície impermeável como um efeito negativo, direto, permanente e irreversível, e de abrangência da AID, sendo de baixa intensidade na fase de implantação, sendo aumentada sua intensidade conforme for ocorrendo a ocupação dos lotes.”
- Medidas compensatórias através da recuperação ambiental da bacia em que esta inserido o loteamento assim como a recuperação da bacia da Barragem Santana dos Cuiabanos.
Vinhedo, 11 de dezembro de 2015
Claudia Grabher
Acho que não está difícil de resolver, de agradar ambos os lados
ResponderExcluirNÃO AO LOTEAMENTO! SALVEM VALINHOS DESTE PROJETO SEM FUNDAMENTO QUE VISA APENAS O LUCRO FINANCEIRO, IDÉIA RIDÍCULA!
ResponderExcluirGreenwashing palavra de origem inglesa: green, verde, a cor do movimento ambientalista, e washing, lavagem, no sentido de modificação que visa ocultar ou dissimular algo; em português, "lavagem verde") é um neologismo que indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações (empresas, governos, etc.) ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas. Tal prática tem como objectivo criar uma imagem positiva, diante opinião pública, acerca do grau de responsabilidade ambiental dessas organizações ou pessoas (bem como de suas atividades e seus produtos), ocultando ou desviando a atenção de impactos ambientais negativos por elas gerados.
ResponderExcluirO Greenwashing é uma ação que empresas realizam para "maquiar" os seus produtos e tentar passar a ideia de que eles são ecoeficientes, ambientalmente corretos, provêm de processos sustentáveis etc.. Assim, Termos como “eco”, “ecológico”, “menos poluente” e “sustentável” coemçam a aparecer nas embalagens e rótulos de diversos produtos, na tentativa de indicar que as empresas são ambientalmente corretas
Essa demanda muitas vezes gera procedimentos incorretos, em que se incluem informações falsas, irrelevantes e confusas, que fazem com que o consumidor tenha ceticismo para com os produtos "verdes" e/ou se mostre confuso quando da escolha ou avaliação de produtos de empresas realmente "verdes" e outras que primam pelas ações do greenwashing. Então além de não ter qualquer contribuição para o meio ambiente, ainda geram desconfianças que afastam os consumidores dos produtos ambientalmente corretos.