VALINHOS: Apartamentos ocuparão Área de Preservação Ambiental já tombada na Serra dos Cocais
Com a construção das 900 moradias populares, a área rural acabará sendo urbanizada: ambientalistas temem
impactos na fauna, flora, destruição das nascentes e danos irreparáveis na reserva Serra dos Cocais
Pelo menos 1/3 do terreno onde serão construídos os apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, no Bairro Frutal em VALINHOS ocupará uma área hoje tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e considerada de preservação ambiental, conhecida como a APA do Sauá. A afi rmação é de Dalmace Capell Neto, Presidente da Associação Amigos da Serra dos Cocais e Conselheiro Municipal de Meio Ambiente. Ele
explicou à FOLHA NOTÍCIAS que toda a área do terreno dos novos apartamentos populares, que terá que ser transformada em área urbana, está dentro do projeto da Area de Proteção Ambiental do Sauá (mapa), e que parte dela abrange também uma porção já tombada pelo órgão. Dalmace também disse à FOLHA NOTÍCIAS que a Prefeitura tem um projeto para urbanizar toda a região, por isso estaria construindo os apartamentos nesse local. “Próximo à Rodovia dos Agricultores, já foram construídos mais de 60 prédios dentro da área rural, soterrando córregos e lagos. Agora a Prefeitura quer expandir ainda mais, levando casas populares em local próximo ao topo da Serra dos Cocais, para depois descer urbanizando toda a região”, explica. E questiona ainda porque a Prefeitura não constrói casas populares dentro da área urbana já que existem mais de 20 mil lotes disponíveis.
Já o vereador do PV Henrique Conti, disse na tribuna em sessão desta terça-feira, 17, que embora uma pequena área esteja dentro da APA do Sauá, uma alteração está em estudo no Condephaat o que vai resolver o problema. Conti fez requerimento pedindo a cópia do mapa com a delimitação
proposta pelo Condephaat para a Área de Proteção Ambiental do Sauá. Segundo ele, a nova delimitação não coincide com o terreno onde serão construídas as moradias.O vereador do PV também nega que a área esteja dentro da Serra dos Cocais: “A Serra dos Cocais faz limite com os apartamentos. Isso não é o ideal, mas é o que foi possível dentro dos critérios de baixo custo do terreno”, afi rmou. A polêmica em torno do impacto ambiental será tema de discussão na audiência pública a ser realizada nesta segunda-feira, 23, na Câmara Municipal a partir das 19h. Serão discutidos os anteprojetos que alteram o Plano Diretor III e o zoneamento urbano do município para viabilizar a
construção das torres.
PREJUÍZO DOS AGRICULTORES
O vereador Conti disse na sessão que está preocupado com os agricultores, pois os apartamentos ficarão muito próximos às plantações de fi go. Porém garantiu que não será construído nenhum outro empreendimento nessas glebas e considera que haverá uma convivência pacífi ca. Mas, para Dalmace, os agricultores serão impactados. “Um exemplo é o condomínio Moinho de Vento, os agricultores das proximidades tiveram suas frutas contaminadas por coliformes”, comentou.
Outra preocupação da população e dos ambientalistas refere-se à falta de água, problema que já é
grave em VALINHOS.
Na região da Serra existem várias nascentes e córregos que abastecem o rio Atibaia. Na área transitam muitas espécies em extinção como a onça parda, o veado catingueiro, a jaguatirica, o
lobo-guará, entre outros. É também uma área que tem várias cavernas graníticas consideradas
como as maiores do Brasil.
AS MORADIAS POPULARES
No total são 1,2 mil moradias populares a serem construídas no local, sendo 900 apartamentos na primeira fase. A Prefeitura pediu ao Governo Federal R$ 10 milhões para captação de água para abastecimento do local. Segundo o prefeito, Clayton Machado (PSDB) ,o terreno foi escolhido em função do preço, em uma área na zona rural, próxima à cidade e com rede de esgoto.
Portal Folha Noticias.com.br
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