2 de janeiro de 2012

Chuva alaga casas e deixa pessoas ilhadas em Valinhos, SP

Este é o resultado da urbanização descontrolada, condomínios construídos em topos de morro, em cima de nascentes, pavimentando curso de rio e desmatamento áreas de preservação. Agora Valinhos sofre na época da seca com a falta d'água e na época das chuvas com muitas enchentes. E os projetos da prefeitura de urbanização das áreas rurais sem planejamento seguem firmes e fortes. Onde vamos chegar?  

Segue matéria da Globo:  

Casas foram alagadas e pessoas que estavam em uma chácara ficaram ilhadas em Valinhos, no interior de São Paulo, após a chuva forte que atingiu a cidade neste domingo (1º). Segundo a Defesa Civil do município, em 48 horas foram registrados 97 milímetros de chuva na cidade.

No bairro Pinheirinho, 11 casas que ficam às margens de um rio e próximas à linha férrea foram atingidas pela enchente. A água atingiu a altura do joelho dos moradores, que perderam móveis e alimentos. O secretário municipal de Desenvolvimento Social e Habitação, Márcio Ferreira, disse que a prefeitura vai auxiliar os atingidos pela enchente com material de limpeza e cestas básicas, caso seja necessário.

Segundo ele, foi oferecido um abrigo municipal, mas os moradores preferiram ficar em suas casas. A prefeitura tem um plano de construir 1,2 mil casas no bairro São Bento do Recreio, mas uma pendência judicial emperrou a viabilização das residências que seriam para famílias que recebem de um a três salários mínimos. (A pendência judicial é porque a área é rural, de preservação e proteção dos Mananciais) 

Em uma chácara no bairro Dois Córregos, aproximadamente 80 pessoas ficaram ilhadas, entre elas cerca de 20 crianças, depois que o nível de um córrego subiu. O helicóptero Águia da Polícia Militar levou uma das vítimas, um homem de 49 anos com hipotermia, para a Santa Casa de Valinhos.

A água represou e estourou o muro da chácara. O grupo alugou o local por R$ 3.180 para o fim de semana para passar a virada de ano. Durante a enchente, parte das pessoas precisou ficar em cima do telhado da área de lazer. A força da água arrastou dois carros, que ficaram submersos.

A enxurrada levou comidas, bebidas, aparelhos celulares, e danificou equipamentos de som. A empresária Mércia Rosângela Biscaro, que foi responsável pela locação da chácara, disse que vai entrar com processo contra o dono do local para pedir ressarcimento dos prejuízos.

O proprietário da chácara, Adílson Rodrigues, defende que o problema foi causado por causa de uma grande indústria construída ao lado do sítio, que impermeabilizou o solo. Com isso, o volume de água canalizou para o córrego que não tinha vazão e houve o represamento. Rodrigues informou que já havia avisado a prefeitura sobre o problema, mas que nada foi feito. Ele também pretende entrar com uma ação judicial contra a administração municipal.

Segundo a Defesa Civil, foram registrados outros pontos de alagamento na região do Cemitério Municipal e na Avenida Paulista, que liga Valinhos a Vinhedo. Na Rua Marino Costa Terra a água cobriu uma placa e trânsito. Na Vila São Sebastião, a Avenida Invernada também foi tomada pela água. No bairro Bom Retiro, alguns carros ficaram ilhados na Rua João Bissoto Filho.

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